As parcerias são fundamentais para o sucesso das ações da escola, pois parafraseando João Cabral de Melo Neto para tecer as várias manhãs necessitamos de vários outros galos para tecer as outras manhãs significativas, por isso a comunidade escolar construiu um projeto em parceria com o IBS pensando na sustentabilidade, geração de renda e segurança alimentar, uma despolpadeira para beneficiar as frutas da época como umbu, manga, seriguela, acerola, pitanga, entre outras.Foi aprovado R$10,000 reais para a compra da despolpadeira e de um freezer. Segue o projeto abaixo:
ESCOLA MUNICIPAL JOSÉ FRANCISCO NUNES
ESCOLA MUNICIPAL JOSÉ FRANCISCO NUNES
Formando cidadãos e
trilhando novos caminhos
RUA
DOS CRENTES – VILA DE ITAPICURÚ
CNPJ:01933938/0001-27
INEP
29064252
TEL-
36885032 EMAIL- escjosefnunes@yahoo.com
________________________________________
Proponente:
Jucileide Pereira
Escola/Entidade:
Escola Municipal Jose Francisco Nunes e Associação dos Agricultores de
Itapicuru e povoados vizinhos
Endereço:
Rua dos Crentes s/n, Povoado de Itapicuru-Irecê
JUSTIFICATIVA
Vivemos em um povoado cuja economia
local baseia-se na agricultura que vem enfraquecendo nos últimos anos devido à
escassez de chuvas, assim faz-se necessário pensar em projetos que venham
contribuir com o desenvolvimento sustentável, o qual expressa os anseios da
coletividade, tais como democracia e liberdade, muitas vezes colocadas só em
sonhos. Então, buscamos desenvolver este projeto pensando no fortalecimento da
economia através das mudanças nos padrões de consumo com o (re) aproveitamento das
frutas da época (umbu, manga, acerola, seriguela, goiaba, maracujá, pinha,
dentre outras).
Vale ressaltar que, já existem estas
práticas pontuais devido à falta de equipamentos e utensílios, mas de forma
manual. Neste contexto começamos a perceber que, mais do que a oferta, a capacidade
de acesso aos alimentos por parte dos povos em todo o planeta mostra-se como uma
questão crucial a Segurança Alimentar, uma vez que todos devem ter acesso a
alimentos de boa qualidade nutricional e que sejam isentos de componentes químicos
que venham a prejudicar a saúde humana.
Dentro dessa perspectiva propomos o
aprimoramento dos hábitos alimentares saudáveis quando necessário,
principalmente na escola porque a alimentação escolar tem papel central no acesso
aos alimentos por uma parcela vulnerável e numericamente expressiva da população.
Contudo, é necessário considerar a dimensão do patrimônio cultural que está
intrínseco nas preferências alimentares das comunidades locais e nas suas
práticas de preparo e consumo.
Dessa forma, vamos contribuir para o
fortalecimento do papel dos agricultores do povoado de Itapicuru no que tange
ao desenvolvimento de práticas sustentáveis e na geração de renda para
satisfazer as suas necessidades atuais sem comprometer com as das gerações
futuras.
A partir da criação de oportunidades
de trabalho e de apropriação de renda das famílias rurais e a ampliação e
melhoria da produção agroalimentar no que se refere à produção de polpas,
doces, geléias, conservas, etc. Os alimentos serão adquiridos para a alimentação
escolar, uma vez que, que está assegurada pela Lei 11.947/2009 em seu Art. 14.
Do total dos recursos financeiros repassados pelo FNDE, no âmbito do PNAE, no mínimo
30% (trinta por cento) deverão ser utilizados na aquisição de gêneros alimentícios
diretamente da agricultura familiar e do empreendedor familiar rural ou de suas
organizações, priorizando-se os assentamentos da reforma agrária, as
comunidades tradicionais indígenas e comunidades quilombolas.
REFERENCIAL TEÓRICO
Historicamente o povoado de Itapicuru
se caracteriza como uma região de agricultura familiar em torno de 12 há, e
também por ser uma Região Produtora de algumas frutas. Dentro de um processo de
diversificação e busca de novas alternativas de produção que propiciem as famílias
rurais uma renda compatível ou superior com as suas necessidades, iniciou se no
inicio dos anos noventa o processo do beneficiamento da produção de frutas de
forma manual e, ainda pontual em virtude da falta de um investimento econômico,
os produtos são consumidos pelas famílias.
Pensando assim, faz-se necessário a
busca de uma nova modalidade, uma nova forma de os agricultores satisfazer as
suas necessidades a partir do desenvolvimento sustentável. Para Barbosa (2008,
p. 1) “O termo ‘desenvolvimento sustentável’ surgiu a partir de estudos da Organização
das Nações Unidas sobre as mudanças climáticas, como uma resposta para a
humanidade perante a crise social e ambiental pela qual o mundo passava a
partir da segunda metade do século XX.
Para atender as necessidades básicas
do ser humano se deve oferecer oportunidades de melhora de qualidade de vida para
a população encontrando novas formas desenvolvimento econômico, sem a redução
dos recursos naturais e sem danos ao meio ambiente.
Leila Ferreira afirma em seu livro “A questão ambiental: sustentabilidade
e políticas públicas no Brasil” que:
o
padrão de produção e consumo que caracteriza o atual estilo de desenvolvimento
tende a consolidar-se no espaço das cidades e estas se tornam cada vez mais o
foco principal na definição de estratégias e políticas de desenvolvimento
(FERREIRA,
1998).
Deste modo, é importante buscar alternativas sustentáveis
e que se enquadrem na qualidade de vida
para a de todos os povos , consolidando uma referência para o processo de
planejamento com o objetivo de redesenhar um novo cenário brasileiro no que se
refere ao desenvolvimento sustentável.
O conceito descrito por Sachs (1993)
refere-se à sustentabilidade como:
“Sustentabilidade
ecológica – refere-se à base
física do processo de crescimento e tem como objetivo a manutenção de estoques
dos recursos naturais, incorporados as atividades produtivas.
Sustentabilidade
ambiental – refere-se à manutenção da capacidade
de sustentaçãodos ecossistemas, o que implica a capacidade de absorção e
recomposição dos ecossistemas em face das agressões antrópicas.
Sustentabilidade
social – refere-se ao desenvolvimento e tem
por objetivo a melhoria da qualidade de vida da população. Para o caso de países
com problemas de desigualdade e de inclusão social, implica a adoção de políticas
distributivas e a
universalização de atendimento a questões
como saúde, educação, habitação e seguridade social.
Sustentabilidade
política – refere-se ao processo de construção
da cidadania para garantir a incorporação plena dos indivíduos ao processo de
desenvolvimento.
Sustentabilidade econômica – refere-se a uma gestão eficiente dos
recursos em geral e caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento
público e privado. Implica a avaliação da eficiência por processos macro
social.” (Agenda 21
brasileira).
Sendo assim, o nosso projeto atende as
quatro dimensões, mas sobressaem fortemente, a social e política, pois implica
em geração de renda para amenizar a situação do outro.
O outro fator que sobressai é a
segurança alimentar no processo de beneficiamento dos produtos porque uma
alimentação adequada e sem risco a saúde, então,
à qualidade dos
alimentos e sua sanidade. Ou seja, todos devem ter acesso a alimentos de boa
qualidade nutricional e que sejam isentos de componentes químicos que possam
prejudicar a saúde humana. Estes dois elementos são da maior importância em um
contexto atual que favorece o desbalanceamento nutricional das dietas
alimentares, bem como o envenenamento dos alimentos, em nome de uma maior
produtividade agrícola ou com a utilização de tecnologias cujos efeitos sobre a
saúde humana permanecem desconhecidos.(MALUF
& MENEZES, 2011, p. 2).
Dentro da ótica da segurança alimentar
definida (MALUF & MENEZES, 2011), pode-se afirmar que a segurança
alimentar está regida por determinados princípios. O primeiro deles é que a
segurança alimentar e a segurança nutricional são como “duas faces da mesma moeda”, não podendo se garantir uma delas
sem que a outra também esteja garantida. O segundo princípio está no fato de
que somente será assegurado a segurança alimentar e nutricional através de uma
participação conjunta de governo e sociedade, sem que com isto se diluam os papéis
específicos que cabe a cada parte.
Por fim, é preciso que se considere o
direito humano à alimentação como primordial, que antecede a qualquer outra
situação, de natureza política ou econômica, pois é parte componente do direito
à própria vida.
OBJETIVO CENTRAL
Possibilitar a modificação no processo
da realidade do trabalho para os produtores dos povoados através do fortalecimento
do processo de beneficiamento e comercialização dos produtos, atendendo assim, a
demanda da cadeia produtiva de frutas da região de abrangência dos povoados
vizinhos, estruturando a Associação dos Pequenos Agricultores de Itapicuru de
uma infra-estrutura necessária, capacitando os agricultores envolvidos e
adquirindo, maquinas e equipamentos para o processo de beneficiamento.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Fortalecer a Associação dos
Pequenos Agricultores de Itapicuru(APAI);
- Promover o desenvolvimento rural
agrícola e sustentável dos povoados;
- Promover a crescente equidade social e a conseqüente inclusão dos atuais excluídos;
- Desenvolver estratégias
econômicas que tenham em conta razões de justiça social e de
sustentabilidade ambiental.
- Equacionar a insuficiência de
renda (ou da pobreza) mediante, através de políticas de emprego a partir
do consumo dos alimentos e estimulação da produção destes bens.
- Ultrapassar os limites tanto dos
enfoques setoriais (agrícolas ou nutricionais) como das ações simplesmente
suplementares ou compensatórias, mas definitivamente
- Desenvolver condições dignas de
um amplo conjunto de pequenos e médios empreendimentos rurais.
- Provocar mudanças nos hábitos de
consumo;
- Organizar e capacitar os
agricultores envolvidos no processo de beneficiamento e produção das
frutas;
- Participar de feiras e eventos
para divulgar os produtos, a fim de comercializar
PÚBLICO ALVO
·
Associação
dos Pequenos Agricultores de Itapicuru;
· Outras
associações dos povoados vizinhos;
·
Escola
e comunidade em geral
METODOLOGIA
Através de reuniões e palestras
técnicas buscamos identificar as pessoas da comunidade local e escolar que se
interessa em envolver, a partir disso criar um grupo de trabalho e capacitar as
pessoas para atuarem no processo do beneficiamento das frutas para preparar as
polpas, doces, geleias; aquisição de
equipamentos para o beneficiamento da produção de frutas de forma a estruturar
a sede da associação, beneficiando a produção dos associados, agregando valor
aos mesmos; organização da associação, os associados se reunirão para avaliar
durante todo o processo com o objetivo de fortalecê-la; divulgação do projeto e
dos produtos produzidos para a comunidade, tratamento das frutas pós-colheita
para o processo do beneficiamento na casa da Associação dos Pequenos
Agricultores (APAI), exposição dos produtos em feiras, observação da aceitação
dos produtos pelos consumidores, comercialização dos produtos, participação das
pessoas em cursos realizados pelo SEBRAE e EBDA; articulação, organização e fortalecimento
dos grupos de trabalhos envolvidos
ESTRATÉGIA DE EXECUÇÃO E ORÇAMENTO
Produtos da agricultura familiar
vendidos para o PNAE;
Aumento considerável do grupo de
pessoas para atuar no processo de beneficiamento das frutas;
CRONOGRAMA
ESTRATÉGIA DE EXECUÇÃO E ORÇAMENTO
O que?
|
Quem?
|
Quanto?
|
Palestras e oficinas (capacitação)
|
Técnicos da EBDA, SEBRAE, Secretaria
de Educação
|
______
|
Aquisição da casa
|
APAI
|
10.000,00
|
Aquisição de material e equipamentos:
|
Prefeitura
de Irecê/ Secretaria de educação/escola
|
5.620,00
|
Aquisição de equipamentos:
·
Despolpadeira
R§ 7.900,00
·
Freezer
horizontal 600 l R§ 1.600,00
·
Mesa
de aço inox
R§ 1.000,00;
|
Instituto Brasil Solidário, Amigos
do Planeta
|
10.500,00
|
Aquisição
de uniforme completo (blusa, avental e toucas
|
Comércio local/Casas Freire
|
1.000,00
|
CRONOGRAMA
O
que?
|
Quem?
|
Quando?
|
Sensibilização da comunidade local
|
Comunidade escolar
|
Primeira semana de março/2012
|
Capacitação para os associados (palestras
e oficinas)
|
Técnicos do SEBRAE e EBDA
|
Final de março/2012
|
Confecção de material de divulgação
para a comunidade
|
Técnicos da secretaria de
educação/escola/Prefeitura/comércio local
|
Início de maio/2012
|
Aquisição da casa
|
APAI
|
Maio/2012
|
Aquisição de material (panelas,
tachos, botijão, facas, bacias, baldes
|
Prefeitura de Irecê
|
Junho/2012
|
Aquisição de equipamentos (fogão
industrial, mesa com tampo de mármore, estantes de aço, freezer horizontal,
despolpadeira)
|
Instituto Brasil Solidário, Amigos
do Planeta
|
Junho/2012
|
MATERIAL
-Balança
eletrônica 15 Kg
-Balde
Medidor Plástico 15 Litros
-Botijão
de gás ( completo c regulador)
-Coador
plástico (grande, médio e pequeno)
-Espumadeira
Inox cabo comprido
-Estante
de aço com 6 prateleiras
-Faca ( “desossa de 5” tramontina)
-Faca
Mundial 10"
-Fogão
a gás industrial de quatro bocas( ind.)
-Jogo
de colheres de medida
-Lixão
90 Litros c/ tampa
Mangueira
trançada 10 m
-Mesa
c/ Tampo INOX ( 1,8 X 1,1m )
Caldeirão
de 20 l
-Freezer
horizontal 600L
-Despolpadeira
Industrial
- Tacho semi-esférico
com camisa dupla (50 litros).Possui trava de segurança no sistema de tombamento
para extração do produto. Dispõe de dispositivo de alívio de pressão, com
manômetro e válvula de segurança. Agitador com moto-redutor. Aquecimento a
vapor.
-
Uniforme completo
REFERÊNCIAS
BARBOSA,
Gisele Silva. O desafio do desenvolvimento sustentável Disponível emhttp://www.fsma.edu.br/visoes/ed04/4ed_O_Desafio_Do_Desenvolvimento_Sustentavel_Gisele.pdf Acesso em 24/11/2011.
FERREIRA, Leila da Costa. A
questão ambiental: sustentabilidade e políticas
públicas no Brasil. São Paulo: Boitempo
Editorial, 1998.
SACHS,
Ignacy. Estratégias de Transição para do
século XXI – Desenvolvimento e Meio Ambiente. São Paulo: Studio Nobel – Fundação para o
desenvolvimento
administrativo,
1993.
MALUF, Renato S & MENEZES. Francisco. Caderno ‘Segurança Alimentar’Disponível em
http://www.forumsocialmundial.org.br/download/tconferencias_Maluf_Menezes_2000_por.pdf
Acesso em 24/11/2011.
Comentários